“Ao esvaziarmos os nossos espaços, e também as nossas mentes e corações, tornamo-nos flexíveis, leves e confiantes, e desenvolve-se dentro de nós uma qualidade de criança. Somos preenchidos pela frescura e pelo espanto. Os relacionamentos tornam-se uma aventura porque não estamos sobrecarregados com o peso dos resíduos do passado. Ficamos prontos para novos encontros e verdadeiramente disponíveis para o amor. Este estado também pode ser chamado de a mente de criança.
Existe uma diferença abissal entre uma mente infantil e uma mente de criança. Muitos de nós permanecemos «infantis» durante toda a vida. Não amadurecemos, em vez disso permanecemos fixados em desejos que acalentamos desde a juventude.Embora possamos ter feito a universidade, no campo das nossas relações amorosas ainda estamos ao nível do jardim infantil. Quando somos infantis, queremos ser sempre o centro das atenções e agarrar todas as coisas boas para nós. Não sabemos dar nem criar espaço para os outros. Vivemos uma vida em que estamos absorvidos em nós mesmos, querendo apenas aquilo que nos convém.
A mente da criança é diferente. É a mente original com que nascemos antes de termos sido afectados pelo condicionamento social e pela experiência pessoal. A mente de criança é aberta, natural e expectante. Encontra beleza na vida e na aventura e não espera magoar ou ser magoada. Funciona naturalmente, adora dar e receber. Esta mente de criança é uma mente sem desordem. Não carrega anos de feridas. A mente de criança é a mente Zen: aberta, livre, desejosa de maravilhar e de desfrutar. A mente de criança é em si própria uma manifestação de uma vida de amor.