Alegria

 

 

“Por vezes, o maior desafio da vida não é a provação nem o sofrimento. É a alegria.

Em geral, é-nos mais difícil sentir alegria e discernir os milagres da vida do que sobreviver à mágoa e ao sofrimento. Tal como diz a autora Marianne Williamson, na sua famosa citação: «O nosso maior receio não é sermos uns incapazes. O nosso maior receio é termos um poder desmedido. É a nossa luz e não a nossa sombra que mais nos assusta.»

Muitas pessoas têm ao seu alcance a alegria de cantar, dançar, pintar, actuar, escrever e outras formas maravilhosas de expressão criativa, no entanto, não recorrem a essas ferramentas. Podemos levar algum tempo a libertar-nos da vergonha, do medo, do embaraço e da autocrítica que nos impedem de aceder à alegria. É o que acontece sobretudo a quem se viciou no consumo de bebidas alcoólicas, drogas, comida ou no trabalho para se sentir bem. Mas nós merecemos! Um bom ponto de partida pode ser um workshop, um curso, um qualquer tipo de terapia ou programa em que se ensine as pessoas a desinibirem-se e a expressarem-se, para ganharem confiança e sentirem a alegria de estarem vivas.

Outro dos motivos pelos quais deixamos escapar o nosso maior direito inato como seres humanos – ou seja, levar vidas abundantes em alegria e objectivos – é muito simples: gerimos mal a nossa energia e o nosso tempo. No actual mundo acelerado em que vivemos, muito poucas pessoas se sentem inclinadas a arranjar tempo para rejubilarem, celebrarem e saborearem as bênçãos que já têm nas suas vidas.

Ouvimos as mesmas coisas tantas vezes que elas até já se tornaram clichés. «Vive o momento!», dizem os autocolantes. «Vive o agora!», declaram os guias de autoajuda. Filmes como Nunca É Tarde Demais falam sobre a importância de viver a vida ao máximo, antes de acabar o tempo que temos aqui na Terra. Receber cada dia da sua vida como se fosse uma dádiva preciosa e dar o devido valor a quem ama. E, apesar de tudo, é sempre muito fácil falar sobre apreciar o que temos e as nossas famílias, ou viver na luz. Já fazê-lo é o cabo dos trabalhos.

Só temos este momento. Se não aprendermos a viver neste eterno momento fugaz, sofreremos a maior perda de todas: viver as nossa vidas.

Mas, lá está: é sempre mais fácil dizer para «viver no agora» do que fazê-lo, não é? Muitas pessoas permanecem atoladas no passado e fixadas no futuro. Não abrimos os olhos, os ouvidos, os sentidos e o coração ao que acontece aqui e agora. À intimidade dos relacionamentos que temos. À beleza da natureza ao nosso redor. À prosperidade de que gozamos. Ou, por outro lado, estamos programados para nos mantermos sempre em andamento – não temos botões de pausa ou stop no nosso software. Somos «corredores» que seguem em dez direcções ao mesmo tempo. Somos artistas de escapismo, sempre a escapulir-nos, quase invisíveis, do aqui e agora. Em resultado, deixamos escapar as melhores partes da viagem!

Jamais teremos acesso à riqueza da vida, enquanto não ultrapassarmos este novo vício em actividades constantes e manobras de diversão, e enquanto não encontrarmos uma forma de parar, para sentir e saborear o momento – em vez de fugirmos dele a sete pés. Nunca nos iremos sentir satisfeitos. Nunca havemos de sentir gratidão ou paz. Continuaremos só a correr de uma coisa para a outra – para a «dose» seguinte de actividade -, justificando essa atitude quando for necessário.

A Alegria É Um Músculo. Se não o exercitar, deixará escapar as melhores partes da sua vida. E não se trata de nenhum cliché! É a realidade!” – Ken Druck

Ricardo Babo

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