“A maioria das pessoas é tão feliz quanto decide ser.” – Abraham Lincoln
“Testemunhei, certa vez, uma conversa lindíssima entre uma mãe e uma filha. Não demorou mais do que um minuto, mas nunca mais esqueci aquele momento. Foi num dia em que estava num caótico terminal do aeroporto internacional de Nova Deli, na Índia, à espera que anunciassem o meu voo. A mãe e a filha, que se chamava Angela, estavam sentadas à minha frente. A Angela, que não devia ter mais do que 3 anos, estava a falar e a desenhar, a falar e a comer, a falar e a fingir que lia. Enquanto isso, a mãe estava atarefada a organizar os bilhetes de avião e os passaportes.
Embora conseguisse ouvir a Angela a falar, não prestei atenção ao que ela estava a dizer, até que de repente ela anunciou:
– Eu sou felicidade, mamã – disse a menina.
– O quê, querida? – perguntou a mãe.
– Eu sou felicidade, mamã – repetiu.
– Não, meu amor. O que tu queres dizer é: “eu sou feliz” – explicou a mãe.
– Não, mãe – insistiu a menina. – Eu sou felicidade.
Por esta altura, reparei que, tal como eu, muitos outros passageiros estavam a ouvir a conversa. A mãe da Angela também reparou. Parecia estar um bocadinho acanhada, mas todos nos apercebemos do momento terno e engraçado que estávamos a testemunhar.
– Eu… sou… feliz – disse a mãe de uma forma propositadamente lenta.
– Eu… sou… felicidade – retorquiu a Angela de uma forma propositadamente lenta.
A mãe sorriu.
– Está bem, Angela. Então, és felicidade.
– Sim, mamã, sou felicidade – disse a pequena, acenando com a cabeça.
E pronto, foi só isto. Uma conversa curta e doce que acabou tão depressa como começou. Mas pôs-me a pensar.
Como viveria a sua vida se soubesse que já era feliz? Imagine como seria. Imagine como se sentiria bem se soubesse que já era feliz por natureza, de forma inata. Imagine como enfrentaria cada dia sabendo que já era aquilo que procura ser. Imagine o amor e a tranquilidade que sentiria se o propósito das relações que cria com os outros não fosse procurar a felicidade, mas antes partilhar a felicidade. Imagine como poderia ser fantástico e bem-sucedido se seguisse aquilo que o faz feliz e deixasse irradiar para fora a felicidade que vem de dentro. Imagine como você seria.
Imagine que, apenas por um momento, se rendia por completo à felicidade que faz parte da sua verdadeira natureza. Que fantástico baptismo seria! Imagine a sensação de liberdade que sentiria se não precisasse de estar à espera que o mundo o fizesse feliz.
Que bênção imensa! Imagine como se sentiria afortunado ao saber que a sua felicidade não está longe de si, escondida em algo exterior. Imagine como a sua atitude em relação ao dinheiro mudaria. Imagine como se deixaria relaxar e saborear cada momento se soubesse que a sua felicidade estava sempre consigo e não noutro lugar qualquer. Imagine como a sua atitude em relação ao tempo seria diferente. Imagine como você seria.
Imagine que todos os dias deixava a felicidade inata do seu ser abençoá-lo e renová-lo. Imagine que o propósito da sua vida não era alcançar a felicidade, mas espalhar a felicidade. Imagine como isso lhe daria prazer. Imagine como seria generoso. Como seria bondoso. Que bom amigo você seria.