“- Quando encontramos um amor as coisas parecem acontecer sempre cedo. De surpresa. Apanham-nos desprevenidos. Queríamos muito que tudo acontecesse mas, quando acontecem, temos sempre a sensação que não estávamos à espera dele ou, mesmo, preparados para ele. Talvez daquela forma. Justamente com aquela pessoa. Com os incidentes que só mesmo aquele amor (e mais nenhum) nos traz. Depois, descobrimos que ele não é só um amor. É, mais, “o amor”. E temos a impressão que é tão inimitável e é tão precioso que aquele amor é para a vida toda. Como se ele derrubasse os limites do tempo e, por causa disso, fosse para sempre. Para todo o sempre! E perguntamos porque é que aquela pessoa chegou tão tarde à nossa vida. (Sorri…) Eu acho que o tempo troca sempre as voltas a todos os apaixonados!
Mas, às vezes, há pessoas que chegam tarde, mesmo. Pela idade que temos. Pelas barreiras geográficas que nos separam. Pelos compromissos que nos condicionam. Por tudo aquilo que nos distancia. Pelos encargos que nos prendem. Eram pessoas que tinham tudo para ser “o nosso amor”. E deixam uma “avenida larga” onde talvez só existisse um beco. E passam a ter um lugar especialíssimo na primeira fila do nosso coração. São pessoas a quem podíamos, com verdade, dizer: “Tenho tanta pena que tenhas chegado tão tarde à minha vida!” Porque chegaram tarde, realmente. Tarde para tudo aquilo que a sua presença na nossa vida nos pede que sejamos capazes de concretizar para que sejam “nossas”.