Relacionamentos Equilibrados

“Um bebé não tem qualquer problema em dar novos passos. Quando chega a altura de andar, embora ainda não tenha encontrado o seu equilíbrio, o bebé levanta-se, tropeça, volta a levantar-se e tenta novamente. Se se magoar, chora durante uns instantes, enxuga as lágrimas e prossegue. Ninguém consegue andar sem antes cair. Ninguém cai sem se magoar por alguns instantes. Nós caímos, levantamo-nos, continuamos, perdemo-nos, encontramos o caminho, e depois voltamos a perder-nos.

O mesmo se passa com os relacionamentos. É natural que ao começarmos não tenhamos ainda encontrado o nosso equilíbrio. Podem ser necessárias muitas explorações para percebermos quem somos, quem é o outro e como responder às necessidades um do outro. Pode dizer-se que não existe maior bravura do que aquela necessária para caminhar na senda do amor.

Os relacionamentos, pela sua própria natureza, podem tornar-se caóticos. Manter o equilíbrio e a clareza torna-se uma tarefa muito mais árdua nas dores de parto de uma relação amorosa, na qual as necessidades e os sentimentos estão intensificados e as lealdades se podem dividir. Muitas pessoas, quando estão nestas situações, sentem-se como se estivessem a caminhar na corda bamba.

Nesta vida, somos constantemente abordados por uma cadeia interminável de estímulos, pessoas a quererem coisas diferentes de nós, escolhas que têm de ser feitas no momento. É frequente ser-nos exigido que tomemos uma acção sem que nos seja dado tempo para reflectirmos nas suas consequências. Aprendemos a fazer uma lista das nossas prioridades, a gerir o nosso tempo de modo a criar uma vida equilibrada e a zelar pelas várias facetas de nós próprios. Embora sigamos o calendário que estipulámos, isso não significa necessariamente que também alcancemos um sentido de equilíbrio interior. Os conflitos podem continuar a agitar-se lá dentro. Estes conflitos interiores nem sempre se resolvem através de um planeamento racional ou de esforços no sentido de nos convencermos a nós mesmos de qual será o próximo passo certo a dar. Na verdade, quanto mais pensamos sobre o que devemos fazer, mais vacilantes nos podemos tornar.

Ao entrarmos na prática do Zen, afinamos o nosso sentido do ritmo e do timing certo nos relacionamentos. Passamos a saber, de forma natural, quando é o momento de agirmos e quando é o momento de ficarmos quietos. Ficamos libertos quer da procrastinação quer do comportamento impulsivo que não se baseia no que é real ou necessário naquele momento. Quando estamos em contacto com o nosso equilíbrio inato, os nossos relacionamentos tornam-se, também eles, equilibrados.” – Brenda Shoshanna

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