Todos Temos a Mesma Importância

«Tens paciência para esperar até que a poeira assente?» – Ditado Zen

“Para chegarmos à acção verdadeira devemos em primeiro lugar não fazer nada. Isto significa que temos de parar de fazer o que costumávamos fazer. Devemos acabar com as nossas reacções por reflexo. Temos de deixar de viver como Sísifo, a empurrar sempre a mesma rocha até ao topo da mesma montanha. Temos de ser capazes de aguentar a ansiedade, a confusão e o que quer que surja quando pura e simplesmente cessamos a nossa forma habitual de reagir. Temos de ter vontade de estar muito quietos e em silêncio por forma a que o nosso impulso para reagir tenha tempo de se desvanecer. Se formos capazes de fazer isto nos relacionamentos, muitos dos pequenos aborrecimentos dissolver-se-ão com naturalidade. Damos-lhe espaço para virem e irem. Não sopramos as chamas com as nossas reacções. Não transformamos uma chuvinha de Verão numa violenta tempestade que poderá arruinar uma relação.

Muitas pessoas sentem como uma espécie de pequena morte o facto de pararem de fazer aquilo que estão habituadas a fazer. Elas pensam que são aquilo que fazem.

Nos relacionamentos tem lugar a mesma dinâmica. Primeiro uma coisa, e depois outra, para causar perturbação. Agitamo-nos na tentativa de alterar ou controlar o que estamos a sentir ou então tentamos mudar a pessoa que nos está a fazer sentir dessa maneira.Consideramos que o nosso conforto é muito mais importante que o dos outros. É evidente que mais tarde ou mais cedo, este género de atitude os afasta.

Todos queremos estar em primeiro lugar, ser os mais importantes, o centro do mundo, e queremos que os nossos relacionamentos provem que o somos. Contudo, este tipo de atitude vira-se sempre contra nós, deixando-nos deprimidos e sozinhos. É essencial que nos apercebamos de que nem sempre temos de estar em primeiro lugar nas relações. Até que tenhamos compreendido isto, somos incapazes de nos apaixonarmos de forma natural. Ao querermos estar em primeiro lugar, ser os melhores, o centro de tudo, empurramos o amor para longe da nossa porta.

Quando nos sentamos juntos no zendo e não fazemos nada, quando não nos mexemos, vemos que todos nós temos a mesma importância, que tudo aquilo que incomoda ou magoa os outros também nos magoa a nós. Também passamos a honrar os outros contribuindo para criar um ambiente onde todos se possam sentar firmemente, sem perturbações, e tornar-se maiores do que as irritações e as queixas passageiras.” – Brenda Shoshanna

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