“Há uma enorme diferença entre as relações sexuais a correr, orientadas para o resultado, e fazer realmente amor com o seu parceiro. Toda a gente adora um bom orgasmo. Mas o clímax é um troço da viagem e não o percurso em si. Desfrutar do processo de amar completamente outro ser humano é a melhor parte da jornada – e gera uma satisfação infinitamente maior (e, com frequência, orgasmos).
As relações têm o infinito potencial para serem profundamente compensadoras, das mais variadas e surpreendentes formas. E aí se inclui a intimidade sexual e não-sexual. As possibilidades são infinitas no que toca a demonstrar amor, afecto e desejo por outra pessoa – o sexo não é imprescindível.
Agora, vá-se lá tentar dizer isso à geração do Viagra. É uma mensagem cultural que se envia incessantemente aos homens: a erecção é tudo. Mas, na sua ausência, há outras formas de «união». Existem realmente muitas outras fontes de prazer, romance, satisfação e realização que lhe podem proporcionar um profundo sentido de união com a pessoa que ama.
Entende a analogia? Não se prende apenas com o sexo – tem que ver com a nossa propensão, enquanto sociedade, para nos centrarmos apenas no resultado. Tudo gira em torno do prémio, da linha de chegada e do negócio fechado. E o percurso até lá é secundário.
O tantra nasceu na Índia, há mais de seis mil anos, como reacção contra o estado de coisas acético. Os praticantes de tantra acreditam que o sexo expande efectivamente a consciência – visa «manifestar, expandir, demonstrar e criar». O tantra expande simples momentos de êxtase sexual numa vida de beatitude sexual. Como metáfora, tem que ver com saborear todos os momentos que compõem a viagem de uma vida.” – Ken Druck