“No sentido absoluto, a separação não existe. E, contudo, nós encontramo-nos, tocamo-nos e temos de partir. Então sofremos tanto, ao sentirmos que aqueles que amamos se estão a ir embora e que, basicamente, nos encontramos sozinhos.
Assim, tememos estar próximos de alguém e podemos até pensar: «Como é que eu posso suportar amar-te e sei que podes ir embora?» A proximidade pode então ser encarada como o maior de todos os perigos.
Erigimos tantos muros para nossa protecção. Mas ao vivermos a nossa vida por detrás desses muros tornamo-nos solitários e tristes; a separação, quando realmente acontece, magoa-nos então ainda mais. Sentimos falta da oportunidade de proximidade que tivemos.
Mas enquanto não formos capazes de nos separarmos inteiramente de uma determinada pessoa, nunca podemos atrever-nos a amá-la com todo o nosso coração. Na maior parte dos casos, ficamos presos algures ali no meio, agarrando-nos à pessoa com todas as nossas forças e reprimindo muitas coisas que sentimos e que queremos dizer-lhe.