“Há muitas coisas que podemos fazer para melhor assegurarmos a segurança e o bem-estar da nossa família, de nós próprios e das liberdades que acarinhamos. Por vezes, talvez tenhamos de nos chegar à frente e de lutar, pelo que temos de estar preparados para essa eventualidade. Por outro lado, talvez tenhamos de partilhar ou até de ceder o controlo. Em última análise, jamais poderemos controlar completamente a nossa vida. Podemos apertar a corda até ficarmos com os nós dos dedos brancos, mas será em vão. Há sempre muita coisa que não está nas nossas mãos.
Quando nos limitamos a reconhecer que vivemos um pouco a vida segundo os termos que ela nos impõe, deixamos de sentir a necessidade de controlar tudo. Abdicar da ilusão de controlo é uma das maiores dádivas que podemos conceder a nós próprios e a quem nos rodeia. Para além disso, abre-nos as portas a um dos maiores mistérios: o maravilhoso inesperado só acontece quando nos libertamos das nossas expectativas. Só quando esvaziamos a mente é que podemos ter revelações capazes de nos mudar a vida. Só quando nos permitimos sentir o nosso isolamento é que descobrimos como fazemos realmente parte do todo.
Todos somos uma «obra em curso». Não existem obras-primas acabadas entre os seres humanos. Mas quanto mais honestos formos no que respeita aos nossos receios e quanto menos lhes dermos corda no palco da vida, menor necessidade sentiremos de controlar os outros e as suas reacções. E mais paz e liberdade obteremos.
Será oportuno deixar outra pessoa assumir o leme, de vez em quando? Aprender a libertar-se e a confiar?” – Ken Druck