“Sou estúpido. Feio. Gordo. Indigno de amor. Sou um idiota. Um chato. Não mereço felicidade ou prazer. Blá-blá-blá. É assim que muitos de nós falam para si próprios o tempo todo, vinte e quatro horas por dia, mesmo em sonhos. É como se tivéssemos interiorizado o nosso próprio juiz, que tomou residência na nossa cabeça e fala por um megafone. É o nosso tribunal pessoal de acusação e autoflagelação. Sem necessidade de audiência.
E depois interrogamo-nos porque conscende a nossa realidade. Falamos connosco próprios de uma maneira que não falaríamos ao nosso pior inimigo. E porque existimos numa realidade vibracional – uma realidade em que tudo na vida responde e ressoa com os nossos estados emocionais -, é uma garantia absoluta o facto de todos e quaisquer julgamentos, críticas e avaliações que sobre nós depomos serem de novo ecoados para nós.
A evidência que a sua mente cria é falsa. Quando andava na terceira classe, talvez o seu professor lhe tenha dito que nunca escreveria legivelmente na vida, pelo que a sua mente saltou para o pensamento: Sou estúpido. Um namorado rejeitou-a quando tinha vinte anos, e decidiu: Não sou sexualmente atractiva. Os seus pais divorciaram-se quando era miúdo, e de algum modo isso traduziu-se nisto: Sou indigno. Estas são histórias que conta a si mesmo, histórias que são inteiramente invenção sua, e, contudo, porque delas é o autor, elas governam a sua vida.
O autojulgamento é uma aflição mental. Através do autojulgamento, as pessoas vivem no seu próprio inferno privado, todo e cada dia.
A porta de saída do julgamento é a aceitação. A aceitação serve de ponte entre a mente e o coração. Quando nos aceitamos a nós mesmos em vez de interiorizarmos circunstâncias e opiniões que nada têm a ver com a realidade de quem somos, uma vez mais a energia subjacente está apta a fluir. Mas quando nos julgamos a nós próprios, trancamos essa energia.
O que aconteceria se hoje – agora mesmo – tratasse de aceitar uma coisa pela qual se julgou, ou foi julgado? As suas coxas gordas, por exemplo. Aquela vez em que chumbou no teste de condução. Pare de acreditar nas suas velhas histórias. Essas narrativas provavelmente já não se aplicam. E ainda que se apliquem, o seu julgamento de si próprio cria densidade vibracional e detém a energia que quer fazer o que a energia é suposto fazer: expandir-se e fluir.” – Panache Desai