“Não faça nada é uma elaboração do não se mexa. É a base de todos os ensinamentos Zen. Infelizmente, esta instrução tem sido muito mal compreendida. Ela não significa que sejamos passivos, aceitemos o nosso destino ou nos rendamos à impotência. É exactamente o oposto. Não fazer nada é a instrução mais desafiadora, exigente e revolucionária que se pode dar a alguém. Esta ordem é activa – quando se sentar, não se mexa, e então não faça nada. Solte o controlo. Quando for confrontado com um nó difícil numa relação, não se contorsa nem lute, não entre num combate, não faça nada – desista de controlar. Permaneça centrado e imóvel no meio da tempestade e tente compreender o motivo real do conflito. Deixe que ele manifeste a sua própria vida. Deixe-o vir e ir. Não se deixe apanhar e levar pelos ares como uma folha ao vento.
A maioria das nossas acções e comportamentos (especialmente quando têm origem na mente ocupada, confusa e dispersa) geram mais transtorno, mais electricidade, complicações e consequências desagradáveis. A maior parte das nossas acções não são acções verdadeiras, mas simples reacções. Elas vêm do nosso condicionamento, das nossas compulsões e dos nossos desejos agitados. São estas as actividades sobre as quais é construído o karma.