Vem, Que Eu Estou Aqui (Dói-me)

“Dói-me o teu enfado.

Dói-me a tua tristeza.

Dói-me o teu agastamento.

Mas o que mais me dói é o teu silêncio…

Sentir que te escondes de mim.

Que estás por trás dos teus «não sei».

Que, como o tango:

Te busco e já não estás.

Precisas de uma desculpa para te separares de mim?

Posso subir a montanha mais alta

com a tua ajuda.

Sem ti, cansa-me até jogar às escondidas,

cansa-me saltar obstáculos,

cansa-me brigar com o teu orgulho,

cansa-me bater à porta

que ambos queremos que se abra

e tu manténs fechada.

 

Não creio na tua confusão mas sim nos teus freios.

Não creio no teu «tempo» mas sim no teu orgulho.

Não creio no teu ódio mas sim na tua frustração.

Não creio no teu comportamento mas sim no teu sentir.

Sinto-me como o cego

do poema de Rafael de León

«que agita o seu lenço chorando

sem se dar conta de que o comboio

faz já tempo que partiu…»

Vem! Abre! Fala! Luta!

Que eu estou aqui!” – Jorge Bucay

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