“À medida que vamos limpando de forma completa, aprendemos a largar o que carregamos connosco. A isto dá-se também o nome de purificação.
Alguns questionam-se sobre o porquê de serem as suas vidas tão difíceis e de a maior parte dos seus relacionamentos lhes causar sofrimento. Podem não ser capazes de encontrar um companheiro, ou se o encontram, ele acaba por se ir embora ou é cruel ou instável. Mas é possível encarar as relações como uma forma de purificação. Em vez de rejeitarmos situações difíceis e dolorosas, podemos olhá-las de uma outra perspectiva, encará-las como um meio de aprendermos muitas lições. O modo como recebemos e respondemos a este tipo de relacionamentos pode limpar-nos e estabelecer um novo curso de acção. As relações podem ser consideradas como grandes oportunidades de crescimento. Podemos aprender uma forma inteiramente nova de lhes respondermos.
Nas situações difíceis, sentimo-nos sempre tentados a deixar-nos dominar pela raiva, o ódio e a vingança. Podemos bater, podemos magoar também. Do ponto de vista do Zen, este é um erro muito grave. Shantideva, um grande professor tibetano, aconselha: «Possa eu, quando alguém que amei e de quem cuidei me magoa e abusa de mim, ver essa pessoa como um grande amigo sagrado.»